As marcas devem se posicionar diante de assuntos polêmicos?

2022, ano eleitoral. Polarização política. Causas bombando, pessoas engajando – ou criticando quem milita ou engaja. Nesse cenário, você acredita que apenas falar de seus produtos ou serviços é o suficiente? Ou você concorda que as pessoas, quando olham para as marcas, querem mais do que uma boa experiência: elas buscam por mais autenticidade e uma conexão entre o que elas acreditam e o que a marca endossa?

Já em 2015, um report divulgado pela Trendwatching apontava o engajamento das marcas às causas sociais como uma das tendências do ano. No cenário atual, apoiar (ou não) determinada causa soa como sinônimo de apoiar uma ou outra linha ideológica. Com isso, muitas empresas estão preocupadas com o impacto de suas decisões na reputação da marca – aquele bem intangível das empresas construído a partir da percepção que os diferentes públicos têm sobre a marca, como explicamos aqui

Primeira regra: engaje apenas com o que acredita 

Sim, você pode se empolgar com alguma pauta que esteja em alta, com alguma causa que faça seu olho brilhar. Porém, se ela não tiver fit, conexão, com o dia a dia do seu negócio, se não for de verdade, é melhor nem considerar levantar essa bandeira. 

Nós falamos sobre isso quando explicamos aqui o que é greenwashing e como adotar essa prática pode prejudicar a reputação da sua marca. Também destacamos que adotar uma causa não é modinha nem “mudar a foto do perfil” quando lembramos nesse post no LinkedIn que reputação é ser diverso e inclusivo o ano todo, e não só no Dia do Orgulho LGBTQIA+.

Segunda regra: esteja ciente que posicionamento gera impacto

Ok, sua empresa realmente pode se engajar a uma causa ou defender um posicionamento mais firme sobre um assunto polêmico. Está no DNA, introjetado na cultura, quem convive com a marca sabe. Mas agora você quer contar pro mundo. É justo! Mas saiba que expor as ideias vai gerar um impacto na reputação – para o bem e para mal.

As redes sociais potencializam posicionamentos, reverberam as ideias para fora das bolhas, e isso significa que as pessoas que não se sentirem contempladas ou que não endossarem seu posicionamento podem criticar, cancelar, cobrar… Porém, se o que você está dizendo realmente faz parte das crenças da sua marca, você saberá como se defender. Terá argumentos para explicar e reforçar esse posicionamento. 

Terceira regra: tem um posicionamento no seu DNA? Então mostre! 

A marca italiana Benneton há décadas é reconhecida mundialmente por se manifestar sobre assuntos polêmicos e aderir a causas, principalmente as humanitárias. Se nos anos 1990 e 2000 as campanhas se restringiam a impactar e provocar as pessoas em anúncios de revistas, outdoor e vídeos para TV, agora a marca continua se posicionando contra problemas globais como xenofobia, racismo, homofobia, exploração infantil, machismo, etarismo, crises dos refugiados e toda uma cultura do ódio que se espalha pelo mundo.

Campanhas da Benneton se posicionando contra o racismo (1996), discutindo crise no mercado de trabalho (2012) e dando rosto às crianças refugiadas (2022)

Defender uma causa ou ter um posicionamento firme sobre algum assunto fundamental para as crenças da sua empresa – e sobre o qual a sua reputação também é construída – não se resume a apoiar uma ação durante um período pré-determinado. 

Quarta regra: planeje a adesão a uma causa ou a divulgação de um posicionamento

Para não parecer oportunista, sua marca precisa de constância, firmeza e clareza no posicionamento e uma visão de médio e longo prazo, para que todos os passos dados nesse posicionamento sejam pensados. Por isso, quando for “sair da caixa” e mostrar o seu posicionamento para o mundo, conte com o apoio de uma assessoria especializada em reputação, que vai orientar você em todo o processo. Fale com a nossa head de estratégia, a Fabiane Madeira, e saiba como a Éfe Reputação pode ajudar você!