O impacto das deepfakes e das fake news na reputação das marcas

Em um cenário global de produção de conteúdos mentirosos, seja uma “simples” fake news ou o uso de inteligência artificial para produção e propagação de deepfakes, a gestão de reputação se mostra mais crucial do que nunca. Marcas, pessoas públicas, profissionais liberais, políticos…todos enfrentam desafios sem precedentes na proteção da sua reputação. 

A adulteração de imagens e distribuição de mentiras visando prejudicar outra pessoa não é uma novidade, porém a velocidade com que se criam essas fotos, vídeos e áudios falsos e a facilidade com que podem ser propagados de forma orquestrada é algo nunca visto, o que torna o ambiente comunicacional ainda mais complexo.

Enquanto as deepfakes são vídeos ou imagens manipulados com a ajuda da inteligência artificial para fazer com que uma pessoa aparente dizer ou fazer algo que nunca aconteceu ou estar em uma situação ou lugar que nunca foi, as fake news são notícias falsas ou informações enganosas divulgadas visando manipular a opinião pública. Essas duas formas de desinformação representam uma ameaça significativa para a reputação das marcas, pois podem facilmente enganar o público e causar danos irreparáveis à imagem de uma empresa. Imagine ser alvo de uma campanha de desinformação ou, enquanto liderança, ter sua imagem manipulada para parecer envolvido em atividades criminosas. 

A velocidade com que uma deepfake ou fake news são espalhadas nas redes sociais e aplicativos de mensagem torna quase impossível controlar a narrativa e corrigir informações falsas. Assim, essas situações podem levar à perda de confiança dos consumidores, queda nas vendas e danos à reputação de longo prazo.

Então, como as marcas podem se proteger? Para resguardar sua reputação, as empresas precisam estar preparadas para enfrentar esse cenário ainda incerto e desconhecido. Para isso, é fundamental cultivar relacionamentos sólidos com a imprensa, formadores de opinião e influenciadores, por meio de uma assessoria de imprensa que trabalhe para que informações precisas sobre o negócio, suas lideranças e iniciativas cheguem às pessoas certas.

Além disso, é importante investir em educação e conscientização, tanto para funcionários quanto para consumidores. Outro caminho, não excludente, é a adoção de tecnologias de detecção de deepfakes e o monitoramento ativo das mídias sociais em busca de informações falsas.

Qual é o papel do plano de gestão de crise nesse cenário?

E como não podemos simplesmente fazer a ameaça das deepfakes e fake news desaparecer, precisamos nos precaver. É preciso ter um plano de gestão de crise que significa, também, prever estratégias claras para lidar com situações de desinformação e responder rapidamente a qualquer crise que possa surgir. Para isso, faz-se necessário mapear as partes interessadas chave, estabelecer canais de comunicação eficazes e prever a contratação de especialistas em IA para desmascarar deepfakes. 

Não esqueça: planejamento bom não fica esquecido na gaveta. Ele deve ser testado, em simulações de crise, e sempre atualizado. Assim, você estará mais preparado para enfrentar essas situações.

Se as deepfakes e fake news são uma ameaça séria para a reputação das marcas, ter ciência desse risco e se preparar para ele como em qualquer outra crise de imagem é fundamental para proteger sua imagem pública e manter a confiança dos consumidores.

Esse conteúdo foi publicado em primeira mão na versão online do Jornal do Comércio no dia 05 de abril de 2024 e na versão impressa no dia 08 de abril de 2024. Para acessar, basta clicar aqui!