Quais modelos de gestão e liderança sua empresa precisa adotar para prosperar em tempos desafiadores? E o que você, como líder, deve fazer para alcançar resultados sólidos enquanto gera impacto positivo na sociedade?

Estas são algumas das reflexões que guiaram as palestras de duas grandes referências internacionais: Nilima Bhat, autora do best-seller Liderança Shakti, e Bernardo Toro, educador e filósofo colombiano. Eles foram os destaques do evento CHAMA – Um Chamado para a Liderança Consciente, realizado pela Sonata Brasil, nosso cliente de Assessoria de Imprensa, em parceria com o Capitalismo Consciente RS.

Participar deste encontro foi uma experiência transformadora. Nossa equipe saiu repleta de ideias que inspiram novas formas de pensar a liderança – que chegam até você neste post.

Eu cuido, tu cuidas e todos saem ganhando (muito mais)

O verbo cuidar, para o educador e filósofo Bernardo Toro, é muito mais que promover bem-estar físico ou ajudar com alguma doença; é promover o cuidado integral de si e do outro. Esse “novo” cuidado exerce uma dupla função: prevenir danos futuros e reparar os passados.

“Cuidar dos outros, de quem está próximo ou distante, é saber criar e fortalecer vínculos emocionais, fazer amigos, parcerias e zelar pelos bens públicos e pelo planeta. Isso se aprende com a família”, afirmou.

Sob a perspectiva da Ética do Cuidado, são cinco pilares que precisamos ter por base:

• Cuidar de si mesmo: envolve o cuidado corporal (saúde, expressão, estética) e o cuidado espiritual (autoconhecimento, autoestima, projeto de vida);
• Cuidar dos outros: construir e manter vínculos emocionais saudáveis, que permitam a empatia e a solidariedade com os próximos e até com aqueles que estão distantes;
• Cuidar do intelecto: devemos cultivar tanto a força cognitiva quanto o altruísmo cognitivo, pensando não só em nosso desenvolvimento, mas no bem-estar de todos;
• Cuidar dos desconhecidos e dos bens públicos: zelar pela coletividade e promover a equidade, para que todos tenham acesso aos mesmos direitos e oportunidades.
• Cuidar do planeta: adotar práticas que respeitem o meio ambiente e garantam a integridade da vida na Terra.

Quando uma sociedade passa a basear suas relações sob a Ética do Cuidado, o resultado é do tipo ganha-ganha. Mais recursos financeiros, melhores condições de vida para todos, mais igualdade, mais consciência e liberdade e, não menos importante, mais recursos financeiros.

De malas prontas para a jornada heróica

“Não desperdice uma boa crise”. Foi com este convite que a professora e escritora indiana Nilima Bhat iniciou sua caminhada pelos conceitos da jornada do herói, vivida constantemente pelos líderes contemporâneos. 

“O futuro é para quem tem alma de herói.” – Nilima Bhat

Você já parou para pensar sobre como as crises e desafios que vivemos na vida profissional ou pessoal podem ser vistos como capítulos de uma mesma jornada? Cada um de nós somos os heróis e heroínas dessas histórias – e nem nos damos conta disso. 

Muito usada nas estratégias de marketing e nos filmes de Hollywood, a Jornada do Herói identifica e sistematiza as etapas de uma boa história, incluindo as quatro que destacamos: 

1. Crise: tudo começa com uma crise que nos tira da zona de conforto. É o momento que “dispara” a jornada, levando-nos a um território desconhecido;
2. Trauma: essa crise nos projeta em um mundo novo e desafiador, no qual ficamos perdidos, sem saber o que fazer, enquanto buscamos soluções;
3. Transformação: ao superar os obstáculos, descobrimos nossas capacidades e encontramos uma força interna que nem sabíamos ter;
4. Dom: a jornada se completa quando compartilhamos nossas lições e transformações com o mundo. Como Nilima destacou, “você faz a jornada porque a vida quer algo de você”.

Um despertar específico para as mulheres, com a Jornada da Heroína

Por mais que seja promovida como um roteiro, uma fórmula, essa jornada não é igual para todos. Nilima ressalta que as mulheres fazem uma jornada diferente dos homens, uma jornada da heroína, sobre a qual também destacamos quatro etapas:

1. Crise: muitas vezes começa com uma perda de poder ou uma violação de sua autonomia;
2. Trauma: surgem as crenças tóxicas, como a ideia de que as mulheres são inferiores, dependentes ou incompletas sem um homem;
3. Transformação: a heroína aprende a encontrar dentro de si as qualidades necessárias para vencer esses desafios;
4. Dádiva: ao se libertar das limitações, ela compartilha sua sabedoria e ajuda outras mulheres a se sentirem livres e conectadas a uma nova tribo.

Mas não pense que se trata de uma nova guerra dos sexos. Quando homens e mulheres entendem essas lógicas, todos saem ganhando. Como Nilima frisa, todas as pessoas carregam tanto o herói quanto a heroína dentro de si, independentemente do gênero. Ao harmonizar as qualidades masculinas e femininas, unindo suas potências para um todo mais completo, os líderes tornam-se mais inspiradores e prontos para as novas crises a serem enfrentadas.

Bônus para lideranças: Nilima convidou líderes a repensarem suas trajetórias por essa perspectiva. Quais habilidades você desenvolveu ao longo do caminho vivido numa crise? O que você oferece de mais valioso após cada desafio superado? Para ela, líderes devem ser contadores de histórias que inspiram e iluminam o caminho de outros e podem usar a jornada do herói como um mapa para isso.